Quatro escavadeiras, equipadas com martelos gigantescos, atacam as fundações da última casa que ainda estão em uma grande pilha de ruínas. Então, em alguns segundos, o edifício cai, como um gigante de corte, aos aplausos de um pequeno esquadrão de soldados israelenses que passam por este distrito de Rafah, ao sul da faixa de Gaza. A cena, transmitida na segunda -feira, 28 de abril, nas redes sociais, ilustra a demolição gradual de uma das cidades mais importantes do enclave palestino, abrigando de 150.000 a 200.000 habitantes antes da guerra lançada pelo ataque pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023.
O que resta? O Exército proíbe a imprensa internacional com acesso independente à faixa de Gaza. De acordo com o trabalho de dois pesquisadores, Corey Scher, da Universidade da cidade de Nova York, e Jamon van den Hoek, da Universidade de Oregon (Estados Unidos), toda a província foi destruída em 51 %. Quanto à própria cidade, áreas inteiras parecem ter sido pulverizadas.
O processo foi metódico. O exército israelense assumiu o corredor da Filadélfia, esta área que delimita a fronteira entre Gaza e Egito, em maio de 2024, a fim de impedir que o Hamas use o que foi apresentado como um ponto de cruzamento. Mas os túneis encontrados sob a fronteira ficaram inativos por um longo tempo. A operação acima de tudo permitiu que Israel isolasse completamente o enclave. E causar um primeiro êxodo dos habitantes de Rafah ao norte da banda.
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