Matheus Leitão
Um dos momentos mais comprometedores da delação de Mauro Cid, no âmbito da investigação da abolição violenta do estado de direito e tentativa de golpe, é o relato sobre o recebimento de dinheiro no Palácio da Alvorada, ainda em 2022.
O montante foi entregue ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro pelo general Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa derrotada por Lula, e serviu para ajudar a organizar ações golpistas.
Mauro Cid contou na delação que repassou o valor a Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel assim como o próprio Mauro Cid. O oficial era um dos líderes do grupo radical “kids pretos” e tentava convencer o Alto Comando do Exército a impedir que Lula assumisse a presidência.
“O general Braga Netto me entregou o dinheiro, eu tenho quase certeza que foi no Alvorada. Até me lembro que eu botei na minha mesa ali na biblioteca do Alvorada e depois o Rafael Martins de Oliveira veio buscar o dinheiro comigo lá mesmo no Alvorada”.
Segundo a acusação, o dinheiro foi entregue em uma embalagem semelhante a um presente de vinho. Acabou recebido por Mauro Cid sem qualquer tipo de conferência. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro alega que não sabe o valor do montante e que a caixa estava lacrada.