A população de cidadãos japoneses residentes no Japão registrou uma queda recorde de 898 mil pessoas em um ano, indo a um total de 120,3 milhões, segundo dados oficiais divulgados na segunda-feira (14) e com números até outubro de 2024.
O número representa 102 japoneses nativos a menos, por hora, no Japão.
Este é o declínio anual mais acentuado já registrado desde que o governo começou a coletar dados em 1950, de acordo com o Ministério do Interior.
A queda é resultado direto da redução sustentada por anos da taxa de fecundidade (nascimentos por mulher em idade reprodutiva), o que implica um efeito acumulado de menos nascidos vivos ao longo de várias gerações, que por sua vez continuam tendo menos filhos —a taxa do Japão é uma das mais baixas do mundo desde ao menos os anos 1960, de acordo com dados do Banco Mundial.
A tendência leva a uma diminuição da população ativa, à redução do consumo das famílias e a dificuldades no recrutamento de funcionários para as empresas, além de impactar diretamente políticas de previdência social.
A população geral do Japão, o que inclui os estrangeiros, também registrou queda. Foram 550 mil pessoas a menos, a um total de 123,8 milhões, na 14ª redução anual consecutiva da população do país.
“A taxa de natalidade [nascimentos por população geral] continua diminuindo porque muitas pessoas que querem criar filhos não conseguem realizar seus desejos”, explicou o porta-voz do governo japonês, Yoshimasa Hayashi.
Muitos jovens japoneses atrasam o casamento e a ideia de ter filhos por vários motivos, desde a insegurança no emprego até a mudança de valores sociais que dão menos importância ao casamento.
Embora o Japão tenha mudado seu foco com relação a jovens estrangeiros em idade de trabalhar, o país mantém uma política de imigração rigorosa, permitindo apenas a entrada temporária de trabalhadores estrangeiros.
O governo tenta aumentar o salário dos jovens e, ao mesmo tempo, oferecer apoio à educação dos filhos, declarou Hayashi. “Vamos promover medidas globais para criar uma sociedade onde aqueles que desejam ter filhos possam tê-los e criá-los com tranquilidade”, afirmou.