Danielle Brant
O Sindicato Rural de Imperatriz (MA), que barrou em 2022 a realização de um show do cantor João Gomes após ele puxar um grito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rock in Rio, pediu para captar recursos via Lei Rouanet para financiar a programação cultural da exposição agropecuária da cidade.
De acordo com o Salic (Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura), o Sinrural pediu e foi autorizado a captar R$ 900.900 para o projeto RaÍzes Culturais do Campo. O início da captação ocorreu em janeiro e o prazo final é 31 de agosto deste ano.
O sindicato diz que os recursos serão usados na programação cultural da Exposição Agropecuária de Imperatriz (Expoimp).
Em setembro de 2022, Gomes puxou um coro de “Ei, Bolsonaro”, completado por “vai tomar no cu” pelos fãs. Depois, ele pediu desculpas pela fala. Poucos dias depois, a então gestão do sindicato recusou o show do artista no Parque de Exposições sob argumento de que ele havia desrespeitado o ex-presidente.
Bolsonaro sempre foi crítico à Lei Rouanet, que autoriza o uso de financiamento privado para iniciativas culturais, sob isenção de parte do Imposto de Renda. Ele chegou a chamar o mecanismo de captação de recursos de “mamata”.
Procurado, o atual presidente do Sinrural, Glen Maia, afirmou que a entidade sem fins lucrativos é totalmente apartidária e que a decisão foi tomada pela gestão anterior à sua. Afirma ainda que todos os presidentes devem ser respeitados.
Sobre o uso da Rouanet, ele diz que a exposição traz “uma identidade cultural única e que envolve toda a população da região, independente de ser de A, B ou C, atinge todas as classes sociais”. “Por isso a necessidade de pedirmos apoio pela Lei Rouanet, que tem tanto ajudado a incentivar a Identidade cultural de todo Brasil.”
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