Vestibular: dicas para manter a concentração nos estudos – 20/05/2025 – Educação

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Gustavo Gonçalves

A dificuldade de concentração tornou-se uma das maiores barreiras para vestibulandos. Desde a pandemia, escolas e cursinhos notaram um aumento expressivo nas queixas sobre distração, dificuldade para manter a atenção em aulas longas e esgotamento mental durante provas.

Coordenadores pedagógicos ouvidos pela Folha relatam que os alunos chegam ao ensino médio e aos cursinhos com menos treino de atenção do que antes. O ensino remoto, o uso excessivo de celulares e a perda do hábito de leitura afetaram diretamente a capacidade de concentração.

Em exames como os da Fuvest e da Comvest, que exigem leitura intensa e raciocínio prolongado, perder a concentração significa errar questões que o estudante muitas vezes sabe responder.

Coordenadores pedagógicos ouvidos pela Folha relatam que os alunos chegam ao ensino médio e aos cursinhos com menos treino de atenção do que antes. O ensino remoto, o uso excessivo de celulares e a perda do hábito de leitura afetaram diretamente a capacidade de concentração.

Além disso, cresceram os relatos de ansiedade, cansaço mental e dificuldade de retenção de conteúdo.

Esses impactos aparecem nos simulados, mas ficam ainda mais evidentes nos vestibulares. É comum que candidatos desistam da prova antes de terminá-la ou digam que se sentem “mentalmente exaustos” ainda na primeira fase.

A boa notícia é que, segundo educadores, a concentração é uma habilidade que pode ser recuperada com prática, rotina e algumas estratégias. A seguir, veja orientações de especialistas para melhorar a atenção nos estudos e no dia do vestibular.

ESTABELEÇA UMA ROTINA REALISTA E FIXA DE ESTUDOS

Um dos principais erros entre vestibulandos é estudar de forma improvisada, sem horário nem planejamento. Isso aumenta a chance de distrações e compromete a organização dos conteúdos.

“Quando o aluno tem uma grade semanal com blocos bem definidos, ele estuda com mais foco. Sabe o que precisa fazer e não perde tempo decidindo por onde começar”, diz o diretor do cursinho pré-vestibular Oficina do Estudante, Wander Azanha.

A recomendação é alternar disciplinas ao longo do dia, respeitando o tempo real disponível para os estudos. Sessões curtas e frequentes costumam ser mais eficazes do que longas maratonas de estudo esporádico.

SIMULE O VESTIBULAR PARA TREINAR A CONCENTRAÇÃO POR LONGOS PERÍODOS

Assim como a força física, a resistência mental também precisa ser treinada. Simulados em tempo real, com ambiente silencioso e duração completa, ajudam a construir a disciplina necessária para provas que duram até cinco horas.

O ideal é que esses simulados sigam o modelo das provas oficiais, com pausas e tempo cronometrado. Isso permite ao aluno testar estratégias para manter a concentração mesmo quando o cansaço aparece.

“É o que chamamos de doutrina de corpo. O aluno aprende a sustentar o foco mesmo quando o cérebro pede descanso”, afirma o diretor pedagógico do Centro Educacional Pioneiro, Mario Fioranelli

PRATIQUE PROVAS INTERDISCIPLINARES

A Convest e a Fuvest abandonaram a divisão tradicional por disciplinas, refletindo uma abordagem mais integrada do conhecimento. Assim, muitas questões poderiam pertencer a mais de uma área –biologia, química ou física–, o que exige leitura atenta e compreensão do contexto.

O ideal é treinar com questões que misturam conteúdos e exigem raciocínio além da memorização. Com isso, você consegue criar estratégias quando enfrentar um possível cansaço na hora das provas.

MENOS CELULAR E REDES SOCIAIS NA HORA DO ESTUDO

Celulares, redes sociais e notificações constantes são grandes vilões da concentração. Mesmo pequenas interrupções exigem tempo de recuperação mental, reduzindo a eficiência do estudo.

Especialistas sugerem deixar o celular fora do alcance ou usar aplicativos que bloqueiem redes sociais durante o tempo de estudo. Também é importante combinar com familiares horários livres de interrupções.

O coordenador do Colégio Magno, Lucas Cardoso, diz que a proibição do uso de dispositivos eletrônicos na escola trouxe mudanças visíveis: “Muitos alunos relatam até sintomas de abstinência. Eles estavam acostumados a usar o celular nos intervalos e agora precisam reaprender a lidar com o tempo de outra forma.”

REFORCE O USO DE MEIOS TRADICIONAIS DE ESTUDO

Como resposta ao excesso de estímulos digitais, algumas educadores recomendam a utilização de meios tradicionais de estudo na hora de se preparar para prova. Nada de notebooks e tablets.

Algumas escolas decidiram “dar esse passo atrás” para ajudar na concentração dos alunois. O Colégio Equipe, por exemplo, voltou a adotar materiais apenas físicos —apostilas, cadernos e provas impressas.

“Optamos por retomar o papel, a lousa e o caderno. Deixar um pouco de lado o digital tem ajudado os alunos a se reconectarem com a experiência da escrita manual, que é mais eficiente para memorizar”, afirma diretora escolar e orientadora educacional, Luciana Fevorini

FORTALEÇA A LEITURA E A INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Após o ensino remoto, escolas relatam uma piora generalizada na capacidade de leitura atenta. Muitos estudantes conseguem identificar palavras-chave, mas têm dificuldade de seguir o raciocínio completo de um enunciado.

Para Fioranelli, a disciplina em que isso mais aparece é a língua portuguesa. “Interpretação de texto exige uma leitura concentrada. E isso já não é natural para muitos jovens. É algo que precisa ser treinado.”

A recomendação é criar o hábito de ler textos longos com frequência, como reportagens, crônicas ou trechos de livros. Também é importante revisar o que foi lido e discutir o conteúdo com colegas ou professores, para fixar melhor as ideias.

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