Ação contra crimes cibernéticos apreende 7 adolescentes – 27/05/2025 – Cotidiano

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Catarina Scortecci

A Polícia Civil do Estado de Mato Grosso deflagrou nesta terça-feira (27) uma operação para tentar desmantelar um grupo suspeito de praticar crimes cibernéticos principalmente contra crianças e adolescentes.

Até o final da tarde, sete adolescentes tinham sido apreendidos para cumprimento de internações provisórias. Um deles, de 16 anos, apontado pela polícia como líder do grupo, mora em Rondonópolis, a 212 km de Cuiabá.

Os outros adolescentes que foram internados são das cidades de Aquidauana (MS), São Domingos (SE), Porto Feliz (SP), Marabá (PA), Barcarena (PA) e Cannã dos Carajás (PA).

Ao todo, a operação previa o cumprimento de 22 mandados judiciais, incluindo busca e apreensão, prisão temporária e internação socioeducativa, em 12 estados (Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo).

De acordo com o delegado adjunto Gustavo Godoy Alevado, da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos, cerca de 20 pessoas já foram identificadas como integrantes do grupo e “boa parte são adolescentes entre 15 e 17 anos”.

Durante a operação, também foram presas três pessoas com mais de 18 anos, uma delas em flagrante. Os nomes não foram divulgados.

Trata-se da segunda fase da Operação Mão de Ferro, realizada com apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O adolescente de 16 anos apontado pela polícia como líder do grupo já tinha sido alvo da primeira fase desta operação, em agosto de 2024. Na época, foi cumprido apenas um mandado de busca e apreensão na casa dele.

“Para nossa surpresa, ele sequer usava computador. Foram apreendidos dois celulares. Todas as práticas eram feitas através de celulares, por meio de plataformas como WhatsApp, Telegram, Discord. Extraímos os dados dos celulares e durante a análise constatamos uma gama de atos infracionais. Era um grupo organizado, estruturado”, disse Alevado.

Segundo o delegado, entre os crimes estavam incentivo a automutilação, ameaça e perseguição.

“Ele ganhava a confiança das adolescentes, recebia imagens de nudez e começava a extorquir as adolescentes. Falava ‘olha, se você não fizer o que estou mandando, vou pegar estas fotos e vou divulgar para sua escola, para seus pais’. E, se sentindo acuadas, elas se cortavam, tomavam água da privada, a mando dele”, disse o delegado.

Alevado acrescentou que também havia venda dos vídeos e das fotos e que o adolescente apontado como líder utilizava uma conta bancária aberta com documentos falsos.

O investigador afirma que não foi possível ainda identificar todas as vítimas do grupo. “Boa parte desativou as redes sociais. Mas nós identificamos três vítimas no mínimo até agora. Duas de São Paulo e uma do Ceará. E duas delas não quiseram ser ouvidas pela polícia”, explicou Alevado.

O delegado afirmou que as investigações seguem em andamento.



Leia Mais: Folha

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