Air faz viagem intergaláctica em show no C6 Fest – 24/05/2025 – Ilustrada

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Lucas Brêda

O Air fechou a programação deste sábado (24) do C6 Fest, que começou quinta-feira (22) e vai até domingo (25) no parque Ibirapuera. A dupla fez de seu show uma viagem sonora intergaláctica que embalou a noite fria em São Paulo.

Tanto nas luzes cintilantes quanto na música, os franceses evocaram uma estética atmosférica de sonho, retrô-futurista, que remete a algo perdido no tempo e espaço. Como se habitantes da Terra quisessem fazer contato com entidades de outros planetas através do som.

O Air tocou na íntegra seu disco mais conhecido, “Moon Safari”, de 1998, encorpado com músicas de outros álbuns para ter mais de uma hora de duração. No palco, Jean-Benoît Dunckel e Nicolas Godin, os integrantes da banda, se revezaram entre baixo, guitarras e teclados e receberam a companhia de um baterista.

A bateria tocada de maneira direta, em vez dos samples e loopings do disco gravado, deu toda uma nova dinâmica à sonoridade da dupla. As batidas acústicas, somadas ao baixo tocado ao vivo, puxaram para o chão o som da banda, etéreo por natureza, revelando grooves que dialogaram com o corpo.

Foi também um elemento humanizador na música do Air. A banda não deixou de soar alienígena, com as paisagens sonoras oníricas criadas pelos sintetizadores e as vozes manipuladas, mas se aproximou do krautrock alemão e, em termos de dinâmicas de intensidade, remeteu ao jazz. Foi mais Tame Impala ou Pink Floyd do que Kraftwerk.

Visualmente, não foi o mesmo show que o Air fez recentemente na Europa. Os franceses não utilizaram a estrutura de caixa vazada e iluminada dentro da qual tocaram nas apresentações do exterior. A experiência foi compensada pela lisergia do jogo de luzes e do telão, que se estendeu por toda a parede branca da área externa do auditório do Ibirapuera.

Começando às 20h45, o Air encontrou uma plateia mais cheia que a do Pretenders, atração do mesmo palco minutos antes. Como é recorrente no festival C6, o público esteve um tanto dispersivo, com boa parte das pessoas conversando, nem sempre atentas à estética contemplativa da banda.

Depois de “Moon Safari”, o Air tocou algumas músicas de “Talkie Walkie”, álbum de 2004, outras de “10 000 Hz Legend”, de 2001, e até uma faixa da trilha que a dupla fez para o filme “As Virgens Suicidas”, de 1999, de Sofia Coppola. A mais celebrada foi “Sexy Boy”, hit do álbum que motiva a turnê, e uma das canções que mais destoa do repertório dos franceses.

Eles saíram do palco por volta das 22h, ovacionados, enquanto parte do público já deixava o parque. A performance derradeira, ponto de chegada da viagem proposta pelo Air, foi “Don’t be Light”, um rock sinistro e acelerado de teclados que trouxe de volta para a realidade quem ainda estava nas nuvens.



Leia Mais: Folha

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