Justiça da Romênia mantém veto a candidato de ultradireita – 11/03/2025 – Mundo

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O Tribunal Constitucional da Romênia, uma das principais cortes do país europeu, manteve o veto à candidatura do ultradireitista Calin Georgescu para a eleição de maio, informou a emissora local Digi24 nesta terça-feira (11), a quatro dias do prazo para registrar presidenciáveis.

O candidato pró-Rússia de 62 anos concorreu como independente na eleição do ano passado, quando conseguiu chegar ao segundo turno com chances de derrotar sua rival, a pró-Europa Elena Lasconi. O pleito, no entanto, foi anulado em dezembro após o mesmo tribunal ver interferência de Moscou a favor de Georgescu —o que o político nega.

Na ocasião, informações da agência de inteligência do país europeu mostraram que o candidato havia recebido impulso massivo em redes sociais como TikTok e Telegram por meio de ações coordenadas, publicações pagas e algoritmos de recomendação. Georgescu, praticamente um desconhecido no meio político antes das últimas eleições, não havia declarado gastos de campanha.

Na atual corrida eleitoral, ele aparecia como líder na disputa em pesquisas —em algumas, chegava a marcar 40% das intenções de votos. No último domingo (9), porém, dois dias após apresentar a candidatura, a autoridade eleitoral barrou o registro, provocando um violento confronto entre seus apoiadores e a polícia.

A decisão desta terça é a final e não pode ser contestada, o que fez centenas de manifestantes novamente protestarem, desta vez do lado de fora do tribunal e aos gritos de “liberdade”.

Membro da União Europeia e da Otan, a Romênia faz fronteira com a Ucrânia, em guerra com a Rússia há mais de três anos —o que explica o susto de aliados do Ocidente com a ascensão de um político com visões pró-Moscou, o que vem ocorrendo em diversos países do Leste Europeu.

Agora, Georgescu está fora da disputa, mas, ainda assim, espera-se que os eleitores se inclinem para partidos que se dizem antissistema. “Vou votar em qualquer um novo que não faça parte deste sistema, e todos que conheço dizem o mesmo, estão fartos desses mesmos políticos”, disse à agência de notícias Reuters o taxista Ionel Popa, 52.

Nas últimas eleições parlamentares, por exemplo, partidos ultranacionalistas que apoiaram Georgescu cresceram e conquistaram 35% dos assentos, formando uma oposição poderosa ao governo pró-Otan. Conseguir a cadeira da Presidência, porém, daria mais margem de manobra aos ultradireitistas.

O presidente da Romênia tem uma função semiexecutiva que inclui o comando das Forças Armadas e a presidência do conselho que decide sobre ajuda militar e gastos com defesa. Também representa o país nas cúpulas da UE e da Otan e nomeia juízes, promotores e chefes do serviço secreto. O chefe de governo é o primeiro-ministro, Marcel Ciolacu, do Partido Social-Democrata, que ocupa o cargo desde 2023.

O prazo para apresentar candidaturas presidenciais antes da eleição de maio é 15 de março, dando aos partidos de oposição de extrema-direita, incluindo a Aliança para a União dos Romenos (AUR) e o Partido dos Jovens (POT), pouco tempo para apresentar um substituto viável. Muito dependerá do endosso de Georgescu.

O líder do AUR, George Simion, que ficou em quarto lugar na primeira rodada da eleição presidencial anulada, é um dos substitutos propostos, embora tenha dito que não quer concorrer. Na segunda (10), ele disse que todas as opções estavam na mesa e que Georgescu decidiria os próximos passos.

Após Georgescu ser barrado, promotores disseram que abriram uma investigação criminal contra Simion por incitar a violência.

“Há um concurso de beleza no campo ultranacionalista agora”, disse à Reuters o comentarista político Radu Magdin. “Precisam de um nome e, uma vez anunciado, uma candidatura pode ser submetida antes do prazo, mesmo que seja apertado.”

Segundo levantamentos, Georgescu continuava sendo a principal escolha dos eleitores para a votação de maio, e seu endosso terá peso, embora não seja uma garantia. “Um endosso político nunca significou 100% da transferência de votos”, afirmou Magdin.



Leia Mais: Folha

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